segunda-feira, 20 de maio de 2013

Minha "Pior" Escolha foi Estudar

De todas as coisas que Eu poderia ter feito a "pior" delas com certeza foi estudar. Me interesso por astronomia desde criança, achava o máximo pegar um binóculo e ficar olhando o céu a noite, acordar de madrugada e ver uma chuva de meteoros e observar cometas. Acabei fazendo faculdade de Engenharia Elétrica mas mesmo assim nunca abandonei a astronomia, pelo contrário, durante a faculdade acabei entrando de cabeça não só na astronomia mas também na astrofísica e na mecânica quântica, que são áreas de estudos da Física. Mas por que diabos não fiz faculdade de Física logo de uma vez? Interessante, nos tempos da escola nunca ia bem em Física, tirava zero e sempre ficava de Prova Final, mas acima de tudo Eu GOSTAVA, talvez seja por isso, por ter gostado de tudo o que vi durante meus 3 anos no 2º Grau acabei fazendo faculdade de Engenharia nem me lembro muito o motivo. Gostei apesar do início difícil e todo o caminho cujo qual acumulei diversas bombas. A Engenharia Elétrica aos poucos foi acabando com minha inocência, passei a conhecer as causas e consequências de fenômenos atmosféricos, entender como funcionavam aparelhos eletro-eletrônicos, como a energia chegava em minha casa. Quando aconteciam blackouts Eu já não era um simples leigo e raciocinava o que poderia ter causado. Mas onde esta a Física e suas diversas áreas já que conheço vários engenheiros que não seguiram esse caminho nos estudos? Bom Eu também não sei, meu interesse ficou mais amplificado em meu estágio em Angra dos Reis na usina nuclear Angra 1. Mais uma vez lá se foi minha inocência, compreendi como funciona um reator nuclear, modelos de reatores, sistemas de proteção, planos de evacuação e várias outras coisas, foi um caminho sem volta. A partir dai ao aprender o que era o átomo também nasceu meu interesse por algo que até aquele momento Eu nem sabia que exista, a Mecânica Quântica, um mundo que é muitíssimo menor do que aquilo que nem sequer vemos em um microscópio. A Engenharia não existe sem a Física e a Física também não existe sem a Engenharia, são complementares. Hoje já sei o que é radiação, hoje compreendo fenômenos estelares como tempestade solar, colisões com cometas e asteroides, possíveis formas de vida alienígena, ambiente de outros planetas, crise energética, bombas nucleares, bombas eletromagnéticas e várias outras coisas, mas isso tudo teve um preço. Como venho dizendo, PERDI MINHA INOCÊNCIA. Hoje não me divirto tanto vendo filmes e seriados já que sempre vejo os mais diversos erros relacionados a Engenharia e Física, meus ouvidos doem ao ouvir alguém dizendo que esta pesando sabe-se lá quanto quilos (peso e massa não são a mesma coisa), ambientalistas revoltados protestando contra uma tecnologia limpa e segura igual a nuclear me da nos nervos. São tantas coisas cujas quais não tenho mais malícia que reconheço que sou alguém bem chato de se conviver, alguém que pode te corrigir a qualquer momento com algo simples ou um erro cultural que se estendeu ao longo dos séculos. Claro que nem todos ficam assim, cada um tem uma personalidade e maneira de enxergar a vida, no meu caso Eu fiquei assim, quase um *Sheldon Cooper. Estudar é muito bom, é gostoso saber como as coisas acontecem e como funciona o universo, mas acreditem, estudar as leis que ditam as regras do nosso mundo pode fazer você perder sua inocência (me perdoem por dizer tanto isso). Estudar é um caminho sem volta, é uma droga viciante cuja qual você será dependente o resto de sua vida já que quanto mais você estuda, mais dúvidas você terá e por isso nunca irá parar de estudar. Não existe clínica ou programa de reabilitação para isso, apesar das consequências já citadas, me orgulho de ser um dependente dos estudos, me orgulho de ter uma fome insaciável de saber!


(escrito por Doydera)

*Sheldon Cooper - personagem da série de tv The Big Bang Theory. Os protagonistas são 2 físicos, um astrofísico, um engenheiro e uma loira (burra) que sonha em ser atriz mas trabalha de garçonete!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

"Por que você gosta tanto de Heavy Metal?"

Essa é uma pergunta que me fazem constantemente e graças a minha admiração por esse estilo musical Eu ganhei meu apelido de Doydera em Fevereiro de 2003 em meu primeiro dia de aula na faculdade. Hoje muita mais do que um apelido, já é uma parte minha que carregarei com orgulho para sempre. Apenas para dar os devidos créditos, quem me "batizou" foi o Carlos Neto que na época também era calouro no curso de Engenharia Elétrica. Muito bem, posso dizer que crescei ouvindo rock já que minha mãe sempre ouviu rock clássico ou pop (Scorpions, The Beatles, Roupa Nova, Raul Seixas, ABBA, Bee Gees e cantores que fizeram parte da Jovem Guarda) e Eu tive uma vizinha (Delça) que curtia muito Legião Urbana. Entre meus zero e 16 anos, além de rock leve como os que citei, também ouvi outros estilos, na verdade ouvi TODOS os estilos. Já ouvi MUUUUUUUUITO sertanejo, axé, pagode, pop, rap e funk, nos anos 90 o funk não era essa desgraça que é hoje, o axé tinha qualidade e a música sertaneja era infinitamente melhor do que é hoje. Tendo isso em vista me considero gabaritado para falar sobre música, mas curiosamente Eu não ouvia heavy metal, achava aquilo maligno já que passei também boa parte da infância e adolescência  na igreja (deixar claro que nunca ouvi nenhuma padre dizendo que rock era diabólico, era ignorância minha mesmo). Mas em Janeiro de 2001 tudo mudou, gravei o show do Iron Maiden no Rock in Rio 3 para um amigo e desde então minha vida não foi mais a mesma. Apesar de ter alguma relutância Eu sabia que resistir seria inútil e então assim começou meu fascínio pelo heavy metal. O visual pesado dos adeptos me hipnotizava, Eu sentia que não iria escapar justamente como diz a letra da música Iron Maiden: "Não importa onde você esta, a Donzela de Ferro irá te pegar", e qdo ela te pega não tem mais volta, você ultrapassa o ponto de retorno e a vida nunca mais é a mesma. Com o metal conheci outras culturas, abri minha mente, vocês já ouviram duplas sertaneja falando de mitologia nórdica? Já ouviram funk falando de obras literárias tipo o Senhor dos Anéis? O funk atual esta mais para o Senhor dos Anais. Já ouviram axé falando sobre paganismo ou pagode falando sobre guerras? Lhes garanto que nenhuma música sertaneja fala de amor tão bem e tão profundo quanto as baladas das mais diversas bandas de heavy metal. Pois é, esses são alguns temas abordados por várias bandas de metal pesado cujas quais me identifiquei. Não renego meu passado com estilos que não me agradam mais, ainda tenho uma admiração por alguns deles mas nada se compara com o prazer que tenho ao curtir heavy metal, um portal para uma cultura filosófica riquíssima capaz de mudar alguns de seus conceitos. Não entendam mal, continuo com fé em Deus e nunca usei drogas (a não ser cigarro e álcool) e lhes garanto que drogas estão dentro de todos os estilos. O que diferencia o heavy metal dos demais estilos são as letras, muito bem feitas e escritas, diretamente contribuem com o aprendizado da língua inglesa e não são banais e modistas para serem tocadas nas rádios. Vida longa ao metal pesado, graças a ele devo muito do homem que sou hoje!


(escrito por Doydera)